As Filipinas: Senadora defende equilíbrio na governança da IA
Uma legisladora nas Filipinas está pedindo uma abordagem cautelosa e consultiva para regular a inteligência artificial (IA) no país, enfatizando a necessidade de garantir que as políticas promovam o uso ético, inclusivo e inovador da tecnologia.
Durante um evento organizado pela Federação das Câmaras de Comércio da Índia, a Senadora Grace Poe destacou que, embora a IA ofereça muitos benefícios, também introduz novos riscos e desafios que devem ser abordados por meio de diretrizes claras e cuidadosamente desenvolvidas.
“Sei que existem leis sendo propostas no Senado. Elas ainda estão pendentes”, disse Poe. “É muito importante que não apenas apressamos e aprovemos uma lei sem uma consulta adequada e real.”
Poe alertou contra a super-regulação de uma tecnologia que ainda está em evolução. “A tecnologia, especialmente as novas, tem muitas nuances que não devem ser super-reguladas e sufocadas”, explicou.
Embora defenda a supervisão regulatória, Poe também reconheceu as amplas aplicações da IA na vida cotidiana. “Mas definitivamente a IA precisa ser de alguma forma regulada porque, por exemplo, sabemos que usam IA agora para impersonar pessoas e enganar as pessoas. Mas também usamos IA em pesquisas e muitas outras maneiras pelas quais conseguimos melhorar nossas vidas. Portanto, todas essas considerações precisam ser equilibradas antes que possamos aprovar uma lei que aborde a IA”, disse ela.
A necessidade de sistemas inclusivos e éticos
As declarações de Poe surgem em meio a esforços crescentes por parte do governo filipino para formalizar uma estratégia nacional de IA, apoiada pela Agenda do Conselho Nacional de Inovação até 2032. Os comentários da senadora alinham-se com as iniciativas governamentais em andamento para desenvolver um roteiro de inovação visando melhorar a competitividade global até 2028.
A IA tornou-se cada vez mais embutida em indústrias locais, serviços públicos e pesquisas acadêmicas. Segundo avaliações internacionais, como o Relatório de Tecnologia e Inovação da UNCTAD 2025, as Filipinas estão entre um grupo de países em desenvolvimento que superam as expectativas em prontidão para IA.
Apesar do seu nível de renda modesto, o país classifica-se bem em infraestrutura digital, desenvolvimento de capital humano e participação da indústria em tecnologias de ponta.
Poe reconheceu a promessa da IA de impulsionar o desenvolvimento, mas observou que sua implementação deve estar enraizada na transparência, inclusão e confiança pública.
Reconhecendo o papel da comunidade indiano-filipina
Durante suas observações, Poe também expressou sua apreciação pela comunidade indiano-filipina por contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país. Ela citou parcerias bem-sucedidas entre empresas indianas e filipinas como evidência do compromisso compartilhado com o progresso.
“Também vimos que muitos indianos são empreendedores naturais. Eles criam empregos e, claro, são um grupo pacífico aqui em nosso país”, disse Poe. “Precisamos continuar a encorajar mais deles a virem e investir aqui, especialmente com a aprovação da Lei de Serviço Público.”
A Lei de Serviço Público abre a porta para investimentos estrangeiros
Poe, que anteriormente presidiu o Comitê do Senado sobre Serviços Públicos, desempenhou um papel fundamental na condução da aprovação da Lei da República Nº 11659. A lei alterou a antiga Lei de Serviço Público e abriu setores-chave — incluindo telecomunicações e transporte — para uma maior participação estrangeira.
“Acreditamos que abrir a economia para mais players incentivará a concorrência, o que estimulará a eficiência e dará aos consumidores melhores opções”, afirmou Poe.
A lei revisada visa atrair mais investimentos diretos estrangeiros (IDE) ao esclarecer quais indústrias são classificadas como serviços públicos versus utilidades públicas. Sob o novo esquema, investidores estrangeiros podem agora possuir até 100% das empresas em setores liberalizados, desde que preocupações de segurança nacional sejam abordadas.
“Com essas políticas em vigor, espera-se que mais empresas indianas façam das Filipinas um destino preferencial de investimento”, acrescentou.
Para que a inteligência artificial (IA) funcione corretamente dentro da lei e prospere diante de desafios crescentes, é necessário integrar um sistema de blockchain empresarial que garanta a qualidade e propriedade dos dados — permitindo manter os dados seguros enquanto garante a imutabilidade das informações.
As Filipinas estão, portanto, em um ponto de inflexão, onde a necessidade de regulamentação da IA deve ser equilibrada com a inovação e o potencial de desenvolvimento econômico.