Proibição da Regulamentação de IA nos Estados é Aprovada pela Câmara dos Representantes dos EUA
A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um polêmico projeto de lei orçamentária federal que inclui um moratório de 10 anos sobre a regulamentação da inteligência artificial (IA) pelos estados. A legislação agora seguirá para consideração no Senado dos EUA.
Contexto e Implicações da Proposta
A proposta de proibição regulatória tem enfrentado considerável resistência, com especialistas argumentando que sua redação impede que os estados façam cumprir as leis que já aprovaram, comprometendo suas tentativas de proteger e servir os residentes.
O One Big Beautiful Bill Act, que propõe o moratório sobre a regulamentação da IA, foi aprovado pela Câmara com um voto de 215 a 214. A legislação determina que nenhum governo estadual ou local “pode fazer cumprir qualquer lei ou regulamentação que regule modelos de IA, sistemas de IA ou decisões automatizadas” pelos próximos dez anos.
Reações de Especialistas e Autoridades
Travis Hall, diretor de engajamento estadual do Center for Democracy and Technology, afirmou que isso “amarra as mãos” dos oficiais estaduais, impossibilitando a aplicação de leis focadas em ferramentas de IA.
Brad Carson, presidente da Americans for Responsible Innovation, um grupo sem fins lucrativos que defende políticas tecnológicas no interesse público, alertou que impedir os legisladores estaduais de implementar salvaguardas de IA coloca os americanos em risco, já que os potenciais danos da tecnologia podem incluir preconceito, desinformação e problemas de segurança de dados.
Desafios no Senado
O projeto é esperado para enfrentar desafios no Senado devido à Byrd Rule, adotada em 1985 para preservar o processo de reforma orçamentária. Essa regra proíbe a inclusão de “matéria extrânea” na reconciliação, aplicando-se a assuntos que não produzem mudanças em despesas ou receitas.
Tim Storey, CEO da National Conference of State Legislatures, expressou em uma carta que “uma disposição que preemptivamente abrange as leis de IA estaduais violaria a Byrd Rule, já que seu principal propósito é limitar a autoridade legislativa estadual.”
Resposta dos Funcionários Estaduais
Quarenta procuradores gerais de estados assinaram uma carta a líderes congressuais este mês, se opondo à emenda. A carta alertou que “o impacto de um moratório tão amplo seria abrangente e totalmente destrutivo dos esforços razoáveis dos estados para prevenir danos conhecidos associados à IA”.
Essa carta destacou leis específicas que, se os estados não puderem fazer cumprir, poderiam expor os residentes a riscos, incluindo leis que protegem contra material explícito gerado por IA, deepfakes projetados para enganar eleitores e consumidores, e sistemas algorítmicos de definição de aluguel.
Considerações Finais
Embora alguns estados, como o Colorado, tenham manifestado apoio ao moratório de 10 anos, argumentando que sua política de IA generativa segue os padrões federais, a maioria dos especialistas e autoridades expressa preocupações sobre a falta de regulamentação e os riscos associados à rápida evolução da tecnologia sem governança adequada.
Com o panorama da IA em constante mudança, a discussão sobre regulamentações se torna cada vez mais relevante, destacando a necessidade de um equilíbrio entre inovação e proteção ao público.