Precisamos Regular a IA?

Precisamos Realmente de ‘Regulação da IA’?

No cenário atual, a questão da regulação da inteligência artificial (IA) tem gerado intensos debates. Nos EUA, os republicanos da Câmara adicionaram uma proposta de proibição de 10 anos para regular a IA a um importante projeto de legislação tributária. Enquanto isso, a União Europeia está considerando reestruturar a Lei de IA, o que pode diluí-la. O Reino Unido, por sua vez, não avança na criação de novas leis para a IA. Mas… e se isso estiver tudo bem?

Na verdade, e se não precisarmos ‘regular a IA’? O que se considerarmos que regular algo tão amorfo quanto a ‘IA’ é como tentar regular o alfabeto?

Isso significa que devemos nos concentrar primeiro nos resultados e, em seguida, considerar se já existem leis que cobrem esses fenômenos.

Exemplos Relevantes

Um exemplo claro é o direito autoral. Inicialmente, a situação de que a OpenAI treinou seus modelos de linguagem em sites sem autorização pode ter sido frustrante. Contudo, dois pontos amenizam essa inquietação: 1) sites de IA como a OpenAI estão gerando tráfego para meu site, e suas referências podem ser vistas de forma positiva; 2) quando se pergunta ao ChatGPT sobre um artigo, ele pode resumir partes, mas sempre indica a fonte.

Então, é realmente um problema? Se uma empresa como a ABC Corp. começasse a reproduzir artigos inteiros verbatim de uma empresa de mídia, isso seria claramente uma infringência de direitos autorais — não precisamos de uma ‘lei de IA’ para isso. O mesmo se aplica à música e aos livros.

Outro exemplo é o reconhecimento facial. Inicialmente, isso me levou a apoiar a Lei de IA da UE. Sempre fui avesso às distopias descritas em obras como 1984 e Admirável Mundo Novo. A proibição do uso da IA para uma gama de aplicações que poderiam invadir nossas vidas parecia sensata.

Mas… a IA é apenas uma ferramenta. Por exemplo, escanear rostos ao embarcar em um ônibus sem consentimento é mais uma questão do governo ou da empresa de transporte do que da IA em si. A questão é: é a IA a responsável ou é a organização que toma essa decisão?

Reflexões Finais

Não afirmo possuir os conhecimentos jurídicos de um juiz de alta corte, mas essa é uma perspectiva que faz sentido. A discussão sobre a regulação da IA certamente continuará até que algo ainda maior surja no horizonte. Contudo, parece que estamos abordando essa questão sem considerar as realidades práticas de ‘regular a IA’.

Em conclusão, a regulação da IA pode não ser a solução que estamos buscando. O que realmente precisamos é de mais educação sobre como usar essas ferramentas de maneira eficaz e responsável.

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