Oposição Forte ao Código de Prática da UE sobre IA

Não Serve para o Propósito: Oposição ao Terceiro Rascunho do Código de Prática da UE sob a Implementação da Lei de IA

Os escritores, tradutores e jornalistas do setor de textos da Europa expressaram forte oposição ao terceiro rascunho do Código de Prática da UE sob a implementação da Lei de IA. Este documento reflete as preocupações de mais de 550.000 autores individuais representados por três federações: CEATL, EFJ e EWC.

Desconsideração do Feedback

O terceiro rascunho do Código de Prática ignora o feedback substancial dos autores, os verdadeiros titulares dos direitos. Apesar da participação ativa dos autores no processo de consulta, a versão atual do código não atende às exigências de transparência e medidas de aplicação de direitos autorais estabelecidas pela Lei de IA.

Desigualdade em Favor da Indústria de IA

O Código de Prática não aborda adequadamente a desigualdade que existe entre as tecnologias avançadas e os direitos dos autores. Embora a Lei de IA tenha sido projetada para regular esse desequilíbrio, o código atual favorece as empresas de tecnologia em detrimento dos autores, artistas e intérpretes.

O Código de Prática Não é Adequado

Os autores afirmam que o Código de Prática não é adequado para o propósito, pois desrespeita os interesses legítimos dos autores e dificulta a aplicação de seus direitos. Entre os pontos críticos estão:

  1. Uso de Obras de Pirataria: O rascunho permite que os provedores de IA usem material extraído de sites de pirataria, o que é uma violação das normas da UE.
  2. Obrigações Fracas: A exigência de que os signatários publiquem um resumo de suas políticas de direitos autorais resulta em informações insuficientes para que os autores possam aplicar seus direitos.
  3. Desconsideração das Reservas de Direitos: O rascunho enfraquece as obrigações da Lei de IA e da legislação de direitos autorais da UE, permitindo que os provedores de IA ignorem as opt-outs.
  4. Privilégios Injustificados: O código oferece privilégios a empresas pequenas e médias que modificam modelos de IA existentes, o que desconsidera os direitos dos autores.
  5. Falta de Documentação: Não há exigência de manter registros sobre as obras individuais, o que dificulta a proteção dos direitos dos autores.
  6. Exclusão de Obras sob a Exceção TDM: O rascunho não considera obras que foram exploradas sob a exceção de TDM, prejudicando ainda mais os direitos dos autores.
  7. Divisão de Responsabilidades Confusa: A falta de clareza entre as responsabilidades do AI Office e do grupo de trabalho sobre direitos autorais resulta em ineficiências na aplicação da Lei de IA.

Falta de Colaboração no Processo de Redação

Os autores e titulares de direitos afirmam que o processo de redação do Código de Prática foi pouco colaborativo. Apesar das promessas de envolvimento, a versão atual ignora as preocupações expressas pelos autores durante as consultas.

Conclusão

O terceiro rascunho do Código de Prática, em sua forma atual, não é aceitável e, se não forem feitas melhorias substanciais, dificultará o exercício e a aplicação dos direitos dos autores. Essa situação é inaceitável e não pode ser apoiada pelos autores europeus.

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