Diretrizes da UE sobre Uso de IA Enfrentam Críticas Massivas
Assim que a UE publicou seu Código de Conduta sobre o uso de IA como um suplemento à Lei de IA da UE, críticas surgiram de todos os lados — com o prazo de aplicação a duas semanas de distância.
Com o Código de Prática de IA de Propósito Geral, a UE lançou seu primeiro código de conduta para regular a IA geral. O objetivo é simplificar a conformidade com a Lei de IA da UE.
As diretrizes entrarão em vigor em 2 de agosto de 2025. A UE pretende implementá-las na prática a partir de 2026. No entanto, essas diretrizes não estão isentas de controvérsia e foram criticadas por grupos de lobby, CEOs e ONGs.
O Código de Prática
O Código de Prática é dividido em três capítulos: Transparência, Direitos Autorais, e Segurança e Proteção.
- O capítulo de Transparência fornece um modelo amigável para documentação, permitindo que os provedores documentem facilmente as informações necessárias para atender à obrigação de transparência da Lei de IA.
- O capítulo de Direitos Autorais oferece soluções práticas para que os provedores desenvolvam uma estratégia que atenda à legislação de direitos autorais da UE.
- A seção de Segurança e Proteção delineia práticas avançadas para lidar com riscos sistêmicos, aplicando-se apenas a provedores de modelos de IA de propósito geral com riscos sistêmicos.
Críticas do Bitkom
A associação digital alemã Bitkom é relativamente diplomática em sua crítica ao Código de Prática de GPAI. A associação vê isso como uma oportunidade para criar segurança jurídica para o desenvolvimento de IA na Europa.
Susanne Dehmel, membro da diretoria da Bitkom, elogia as diretrizes, mas aponta alguns pontos críticos. Ela adverte que o Código de Prática não deve se tornar um obstáculo para a posição da Europa em IA, e pede melhorias nas exigências de auditoria.
O que dizem os CEOs da UE
Mais de 45 gerentes de alto nível também enviaram uma mensagem clara em uma carta aberta à UE, alertando que a complexidade da regulamentação da IA pode prejudicar a competitividade da Europa. Eles pedem o adiamento da implementação da Lei de IA da UE por dois anos.
SAP e Siemens Pedem uma Nova Lei de IA
Os CEOs da Siemens e da SAP sentiram que a crítica não foi longe o suficiente, chamando por uma revisão fundamental da Lei de IA da UE. Para eles, a lei em sua forma atual é “tóxica para o desenvolvimento de modelos de negócios digitais”.
Uma Perspectiva de ONG
A Future Society, uma ONG que se vê como representante da sociedade civil, também critica as novas diretrizes, expressando preocupação de que fornecedores de tecnologia dos EUA conseguiram enfraquecer pontos-chave em uma sessão fechada.
Quatro Pontos de Crítica
A ONG é particularmente crítica em relação aos seguintes quatro pontos:
- A agência de IA recebe informações importantes apenas após o lançamento do produto no mercado, permitindo que modelos potencialmente perigosos cheguem aos usuários europeus sem supervisão adequada.
- Falta de proteção efetiva para denunciantes, o que é essencial em indústrias impulsionadas por capital e mercado.
- Não há planos obrigatórios para cenários de emergência, que são padrão em outras áreas de alto risco.
- Os provedores têm um poder decisório extenso na gestão de riscos, podendo identificar riscos e definir limites.