Os Problemas e Soluções dos CEOs na Avaliação das Preocupações com a IA
No contexto atual, o estudo da EY revela uma série de problemas entre as visões e planos dos executivos em relação à inteligência artificial (IA). A pesquisa destaca um gap significativo entre a compreensão dos CEOs sobre as preocupações públicas em torno da IA e a necessidade de um framework que promova o sucesso sustentável da IA nas empresas.
A Discrepância entre Executivos e o Público
Segundo a EY, existe uma desconexão entre o que os executivos sêniores acreditam e as reais preocupações do público sobre a IA. Em uma comparação entre as respostas dos executivos e uma pesquisa com mais de 15.000 consumidores em 15 países, a diferença foi maior do que o esperado.
Em quase todas as métricas de IA responsável, como precisão de dados e proteção de privacidade, as pessoas comuns estavam aproximadamente duas vezes mais preocupadas do que os CEOs. Essa desconexão não é apenas acadêmica; ela ameaça minar o boom multimilionário da IA, à medida que empresas investem recursos em tecnologias que podem ser rejeitadas pelos consumidores.
O Problema da Superconfiança entre Adotantes de IA
Com a corrida para integrar modelos de linguagem em diversas operações, a pesquisa da EY sugere que as empresas estão construindo sobre bases instáveis de confiança pública. Por exemplo, a preocupação com perdas de emprego é considerada de baixa prioridade tanto por executivos quanto por consumidores, apesar da cobertura midiática sobre a substituição de trabalhadores pela IA.
Em contrapartida, o público demonstra uma maior preocupação com questões como fake news geradas por IA e o potencial de manipulação, especialmente em contextos onde populações vulneráveis podem ser exploradas.
Princípios da EY para Fechar Lacunas na Governança da IA
Para abordar essas falhas, a EY desenvolveu um framework de IA responsável com nove princípios que visam áreas específicas onde as empresas estão falhando:
- Responsabilidade
- Proteção de dados
- Confiabilidade
- Segurança
- Transparência
- Explicabilidade
- Justiça
- Conformidade
- Sustentabilidade
Estes princípios abordam diretamente as preocupações dos consumidores e enfatizam a necessidade de que os sistemas de IA mantenham a confidencialidade das informações pessoais, além de promover resultados inclusivos.
A Próxima Onda da IA e os Desafios da Governança
De acordo com a EY, os desafios estão prestes a se intensificar com a introdução da IA agentiva, que pode tomar decisões e ações sem supervisão humana. Entretanto, metade dos executivos admite que suas abordagens atuais de gerenciamento de risco não são adequadas para esses sistemas mais poderosos.
Além disso, mais de 51% dos executivos afirmam que é difícil criar a supervisão adequada para as ferramentas de IA atuais, quanto mais para as futuras.
Estratégia em Três Passos da EY
Para abordar essas questões, a EY propõe um plano em três etapas que vai além da gestão de riscos tradicional:
- Escutar: Expor todo o C-suite às vozes dos clientes, incluindo executivos de back-office em situações de atendimento ao cliente.
- Ação: Integrar a IA responsável ao longo do processo de desenvolvimento, utilizando práticas centradas no ser humano.
- Comunicação: Tratar a IA responsável como um diferencial competitivo, destacando os processos de governança e salvaguardas.
A Lacuna de Confiança como Oportunidade Competitiva
A pesquisa sugere que as empresas veem a IA responsável como um ônus de conformidade, mas os dados da EY indicam que pode ser uma arma competitiva. Ao liderar a IA responsável e torná-la uma parte central da estratégia de marca, as empresas podem se destacar aos olhos dos clientes atuais e potenciais.