Como o Canadá Pode Liderar a Governança Internacional de IA no G7

Como o Canadá Pode Avançar na Governança Internacional de IA no G7

O Primeiro-Ministro do Canadá destacou a importância da inteligência artificial (IA) em sua agenda, especialmente após a criação de um novo ministério de IA. O governo está se preparando para abordar este tema durante a próxima cúpula do G7, onde a IA estará no centro das discussões.

Com a crescente adoção de tecnologias de IA, a necessidade de uma governança eficaz se torna crucial. A cúpula do G7 oferece uma oportunidade para que os países reconheçam os riscos associados à implementação rápida dessas tecnologias.

O Processo de IA de Hiroshima e o Código de Conduta

Um dos principais impactos que a cúpula pode ter na segurança da IA é aprimorar o Código de Conduta do Processo de IA de Hiroshima (HAIP). Este código, junto com o recém-lançado Quadro de Relatórios, são ferramentas voluntárias que visam aumentar a responsabilidade das organizações que desenvolvem IA avançada.

Os líderes do G7 têm a chance de fazer progressos incrementais na governança internacional de IA, garantindo que a segurança seja uma prioridade, sem impactar unilateralmente qualquer Estado.

A Governança de IA e o G7

A governança de IA tem sido um foco central nas últimas cúpulas do G7. Em 2023, a cúpula realizada no Japão levou à criação do Código de Conduta, que expande os princípios da OCDE sobre IA, solicitando que as organizações adotem práticas responsáveis no desenvolvimento e implantação de sistemas de IA avançados.

No ano passado, a cúpula da Itália resultou na criação do Quadro de Relatórios, que já está sendo utilizado por empresas para relatar incidentes de segurança e as medidas adotadas para mitigar riscos.

Além da Conformidade Voluntária

Embora o Quadro de Relatórios seja uma ferramenta valiosa, ele não oferece uma estrutura de responsabilidade adequada para mitigar os riscos mais importantes associados à IA. Para abordar esses desafios, mecanismos de conformidade informados por múltiplas partes interessadas são necessários.

Uma forma de o G7 desenvolver medidas de responsabilidade eficazes é defender que os Estados exijam a submissão de relatórios por organizações que desenvolvem IA dentro de suas jurisdições. Isso pode ser feito através de legislação ou condições de financiamento e aquisição.

Alinhamento Global

A falta de um processo de avaliação significa que, mesmo que uma organização complete o questionário, ela pode receber reconhecimento sob a marca HAIP, independentemente da precisão das informações fornecidas.

Para abordar essas limitações, o G7 pode criar um conselho multi-stakeholder para revisar e informar como traduzir essas divulgações em desenvolvimento de políticas. Este conselho pode desenvolver relatórios que sintetizem as melhores práticas observadas entre as submissões e fornecer recomendações.

O Impacto do Canadá

Ao defender um Quadro de Relatórios mais robusto, o G7 pode ajudar o HAIP a alcançar seus objetivos, promovendo um ecossistema mais seguro e confiável para a adoção de IA, reduzindo a fragmentação regulatória e posicionando-se como um campeão da cooperação internacional no desenvolvimento responsável da IA.

O Canadá tem a oportunidade de deixar sua marca na governança global de IA, utilizando sua presidência no G7 para implementar melhorias sensatas e garantir um futuro mais seguro para a tecnologia.

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