MEPs alertam sobre relaxamento das regulamentações de risco da IA

Advertência dos MEPs sobre a Diluição das Regulamentações de Risco da IA

No dia 26 de março de 2025, um grupo de MEPs (Membros do Parlamento Europeu) expressou sua preocupação em relação às propostas da Comissão Europeia que visam alterar o código de prática que regula o uso de Inteligência Artificial (IA). Este código é parte de uma nova legislação que visa garantir a segurança e a ética no desenvolvimento e uso da IA.

A Mudança Proposta

Os sete MEPs, incluindo a MEP holandesa Kim van Sparrentak, estiveram colaborando com a Comissão e os estados membros na elaboração desta legislação. No entanto, as recentes propostas sugerem que o código de prática se torne totalmente voluntário para os provedores de sistemas de IA de uso geral quando se trata de avaliar e mitigar riscos que afetam direitos fundamentais e a democracia.

Consequências da Diluição

Van Sparrentak descreveu a mudança como “inacreditável”, afirmando que a nova abordagem do código de prática da Lei de IA compromete os princípios fundamentais da regulamentação. Segundo ela, direitos fundamentais e a democracia não devem ser tratados como questões voluntárias.

De acordo com o Volkskrant, essa alteração significa que empresas de tecnologia responsáveis por sistemas como ChatGPT, Copilot e DeepSeek não seriam mais obrigadas a testar seus sistemas quanto a conteúdo discriminatório ou racista.

Riscos Adicionais

Além disso, a mudança poderia resultar em pressões políticas sobre esses sistemas para adotar posturas mais extremas ou facilitar interferências em eleições estrangeiras.

Os signatários da carta argumentam que tornar essa parte do código voluntária nunca foi a intenção do acordo original, descrevendo essa reinterpretação como perigosa, antidemocrática e que gera insegurança jurídica.

Chamado à Ação

Os MEPs estão solicitando à Comissão que assegure que o código de prática “reflete os princípios centrais da Lei de IA e protege nossa sociedade contra riscos sistêmicos à saúde, segurança, direitos fundamentais e à democracia”.

Além disso, empresas de tecnologia dos EUA têm se oposto fortemente ao que chamam de super-regulamentação na Europa. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, fez um apelo por tarifas sobre países que dificultam a competitividade global das empresas americanas.

Essa iniciativa visa especificamente o setor tecnológico dos EUA, que a Casa Branca alega ser vítima de extorsão e multas injustas.

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