Leo XIV e a Ética da IA: O Papel do Vaticano nas Discussões Globais sobre Regulação Tecnológica

Leo XIV e a Ética da Inteligência Artificial

O Papa Leo XIV, o primeiro papa americano, emergiu como um ponto focal nas discussões globais sobre a regulamentação da inteligência artificial (IA). Logo após sua inauguração, ele apresentou uma visão ética robusta, adequada para a era da IA. Há também a perspectiva de que Leo XIV se reúna diretamente com os líderes de grandes corporações nesta semana para discutir assuntos relacionados à IA.

Desafios da Era da IA

Em um discurso oficial ao Colégio de Cardeais no dia 14, Leo XIV enfatizou a necessidade de medidas regulatórias éticas para a era da IA, afirmando: “A revolução da IA apresenta um desafio fundamental à dignidade humana, à justiça e à ordem do trabalho.” Ele acrescentou que “estabeleceremos novas éticas e normas necessárias para a era da IA baseadas na doutrina social da Igreja de 2.000 anos”.

Compromissos e Expectativas

Desde sua posse, Leo XIV tem priorizado a criação de regulamentos e éticas para a IA, afirmando que “devemos prevenir que os avanços científicos prejudiquem a humanidade”. Essa postura é vista como uma continuação da linha de seu predecessor, o Papa Francisco, que buscou construir relações amigáveis com a indústria de IA, ao mesmo tempo em que sinalizava uma abordagem regulatória mais proativa.

Preocupações da Igreja

Durante o conclave realizado após a morte do Papa Francisco, a IA foi um tema importante. Cardeais da Europa expressaram preocupações de que a IA está invadindo o espaço da fé dos indivíduos modernos, enquanto cardeais da África apontaram que a extração de recursos que apoia a indústria de IA leva à exploração de países empobrecidos.

Interesse Pessoal e Conhecimento Técnico

Leo XIV, que estudou matemática na faculdade, é conhecido por ter um alto entendimento da indústria tecnológica e um profundo interesse no impacto social da IA. Seu predecessor, o Papa Francisco, inicialmente expressou uma postura passiva em relação às discussões tecnológicas, mas gradualmente reconheceu os riscos da IA e assumiu a liderança nas discussões sobre ética da IA.

Interações com Corporações Globais

Corporações globais têm mantido intercâmbios próximos com o Vaticano. Após discussões sobre o uso ético da tecnologia com o Papa Francisco em 2016, Mark Zuckerberg (Meta), Tim Cook (Apple) e Eric Schmidt (Google) levaram à realização regular de reuniões de alto nível não oficiais no Vaticano. Inicialmente, a agenda principal era abordar a exclusão digital, mas recentemente as discussões sobre ética da IA e responsabilidade social emergiram.

Perspectivas Futuras

Leo XIV está previsto para se encontrar pessoalmente com líderes de grandes tecnologias, como Google e Microsoft, nesta semana. Atualmente, o Vaticano co-organiza uma conferência internacional com representantes de grandes corporações sobre ética da IA e governança corporativa, e Leo XIV deve entregar uma mensagem por escrito no evento. Google e Microsoft estão coordenando cronogramas de reuniões separadas com funcionários do Vaticano.

No entanto, as diferenças de posições entre o Vaticano e o Vale do Silício em relação à regulamentação da IA permanecem. O Vaticano busca a preparação de um tratado regulatório de IA com força vinculativa internacional, alinhando-se com a tendência de regulamentação das grandes tecnologias na União Europeia (UE). Em contraste, o Vale do Silício apresenta uma atmosfera esperançosa sob a administração Trump, que adota uma postura ativa de desregulamentação.

Conclusão

Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a abolição de propostas de regulamentação de IA promovidas durante a administração Biden e expressou uma postura crítica em relação às regulamentações da UE. As corporações dos EUA também preferem o cumprimento ético voluntário em vez de regulamentações obrigatórias.

Nesse contexto, espera-se que o Vaticano desempenhe um papel mais ativo nas futuras discussões globais sobre a regulamentação da IA. Leo XIV afirmou que “não há necessidade de demonizar a IA”, enquanto também observou que “a regulamentação autônoma apenas pelas corporações é insuficiente”. Autoridade transnacional e normas éticas robustas são essenciais, indicando a direção para os esforços futuros.

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