O Chamado do Papa por uma Governança Global da IA
Em um momento crucial para a humanidade, o Papa Leo XIV fez um apelo à comunidade internacional durante a cúpula AI for Good da ONU, realizada em Genebra, para estabelecer estruturas de governança ética e coordenada para a inteligência artificial (IA).
Importância da Governança Ética
O Papa enfatizou que a IA deve ser utilizada a serviço da humanidade e da paz, afirmando que deve ser gerida de forma ética, ancorada no reconhecimento da dignidade humana e das liberdades fundamentais.
“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para encorajá-los a buscar clareza ética e a estabelecer uma governança local e global coordenada da IA, com base no reconhecimento compartilhado da dignidade inerente e das liberdades fundamentais da pessoa humana”, disse o Papa.
A Cúpula AI for Good
A cúpula, organizada pela União Internacional de Telecomunicações da ONU e co-hosted pelo governo suíço, reúne representantes de governos, empresas de tecnologia, academia e sociedade civil para explorar como a IA pode resolver desafios globais.
Reflexões sobre as Implicações Éticas
O Papa também alertou que a humanidade está em um cruzamento crítico nesta “era de profunda inovação”. Ele destacou a necessidade urgente de refletir sobre as implicações éticas das tecnologias de IA, que estão se tornando cada vez mais capazes de agir de forma autônoma.
“À medida que a IA se torna capaz de se adaptar autonomamente a muitas situações por meio de escolhas algorítmicas puramente técnicas, é crucial considerar suas implicações antropológicas e éticas, os valores em jogo e os deveres e estruturas regulatórias necessárias para defender esses valores”, afirmou.
Responsabilidade Ética
O Papa ressaltou que a responsabilidade ética não recai apenas sobre os desenvolvedores e reguladores de IA, mas também sobre seus usuários. “A IA requer uma gestão ética adequada e estruturas regulatórias centradas na pessoa humana, que vão além dos meros critérios de utilidade ou eficiência”, disse.
A Contribuição da IA para a Sociedade
Citando o conceito de “tranquilidade da ordem” de Santo Agostinho, o Papa afirmou que a IA deve contribuir para construir “sociedades pacíficas e justas a serviço do desenvolvimento humano integral e do bem da família humana”. Este conceito implica que a verdadeira paz surge quando todas as coisas estão corretamente dispostas de acordo com seu propósito, criando harmonia e estabilidade.
Embora o Papa reconheça que a IA pode avançar setores como saúde, educação, governança e comunicação, ele advertiu que a IA não pode substituir o julgamento moral ou a conexão humana. “Ela não pode replicar o discernimento moral ou a capacidade de formar relacionamentos genuínos”, disse.
Conclusão
O Papa concluiu seu apelo enfatizando que o desenvolvimento da IA deve ser guiado pela consciência, responsabilidade e pela busca do bem comum.
“É necessário discernimento para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada para o bem comum, construindo pontes de diálogo e promovendo a fraternidade”, afirmou.