Governança em IA: O elo perdido nas estratégias nacionais

Governança de IA: O elo perdido nas estratégias nacionais de IA

Em um cenário onde a Inteligência Artificial (IA) está rapidamente se tornando uma força transformadora, a governança de IA emerge como um aspecto crucial que muitas vezes é negligenciado nas estratégias nacionais. A governança eficaz é essencial para garantir que as tecnologias de IA sejam utilizadas de maneira benéfica e responsável.

O Desafio da Implementação

Historicamente, projetos ambiciosos enfrentam desafios significativos na fase de implementação. O exemplo do projeto da Administração de Desenvolvimento Econômico dos Estados Unidos, que visava revitalizar a área portuária de Oakland, ilustra essa questão. Embora houvesse apoio durante a formulação do plano, a execução falhou devido à falta de envolvimento dos stakeholders.

Com a IA, enfrentamos um desafio semelhante. A ascensão da IA está reformulando a trajetória da civilização humana, com previsões de que a IA superará a inteligência humana até 2029 e atinja um estado de superinteligência até 2045.

Os Pilares das Estratégias de IA

As estratégias nacionais para a IA geralmente se concentram em três pilares principais: infraestrutura computacional, talento e dados. Os Estados Unidos, por exemplo, estão investindo maciçamente no Projeto Stargate, com compromissos que somam 730 trilhões de won (aproximadamente 534 bilhões de dólares) por empresas como OpenAI e Oracle. A União Europeia também está investindo significativamente em desenvolvimento de infraestrutura de IA.

Além disso, a Coreia do Sul anunciou um plano para investir 100 trilhões de won na construção de um centro soberano de computação em IA, sublinhando a competitividade nacional impulsionada pela IA.

A Importância da Governança de IA

Durante visitas a empresas de IA e universidades em locais como Xangai e Hangzhou, ficou claro que a governança de IA é mais crítica do que a capacidade técnica. A estrutura social existente, que se baseia em sistemas de produção em massa do século XX, precisa ser adaptada para a era da IA. A IA tem o potencial de substituir muitos trabalhos rotineiros, mudando a natureza do trabalho em setores como jurídico, medicina, educação e finanças.

Integração Prática e Restrições de Dados

Para que a IA aumente a produtividade e permita que o trabalho humano se concentre em tarefas mais criativas, é necessário abrir dados e fluxos de trabalho existentes para aprendizado de máquina. No setor de saúde da Coreia, por exemplo, a recusa de hospitais em compartilhar dados por preocupações com a privacidade limita o desenvolvimento de IA médica. A falta de acesso a dados essenciais pode tornar ferramentas de IA avançadas ineficazes.

Prioridade na Governança

A governança deve, portanto, ser uma prioridade. Sem um quadro regulatório que permita que a IA aprenda com dados existentes, os investimentos em infraestrutura e modelos de linguagem soberanos correm o risco de ser desperdiçados. Os Estados Unidos e a China não estão avançando em IA apenas por causa de seus recursos, mas porque estabeleceram modelos de governança que facilitam o acesso e o uso de dados.

A governança de IA deve ser uma preocupação central para os formuladores de políticas que visam a competitividade nacional impulsionada pela IA. Sem políticas que desmantelam interesses enraizados e permitem a implementação em larga escala da IA, investimentos significativos em tecnologia podem resultar em benefícios públicos limitados.

More Insights

África Define Caminhos para a Governança Ética da IA

Líderes africanos no Fórum de Governança da Internet (IGF) 2025 em Oslo pediram ação urgente para construir sistemas de IA soberanos e éticos adaptados às necessidades locais. O painel destacou a...

Ética em IA: Aposta da ONU em meio à rivalidade EUA-China

À medida que a rivalidade tecnológica entre os EUA e a China se aprofunda, uma agência da ONU está pressionando por padrões globais sobre ética em IA. A UNESCO realizou seu terceiro Fórum Global sobre...