A Lei da IA da UE: Uma nova era para a regulamentação da inteligência artificial na Europa
Em abril de 2025, a União Europeia (UE) deu um passo significativo ao introduzir a Lei da Inteligência Artificial (IA), que visa regular o uso da IA em todos os Estados-Membros. Esta medida estabelece um regime legal uniforme para a regulamentação da IA, promovendo a inovação ao mesmo tempo em que protege os cidadãos.
Definição de IA pela UE
Para criar diretrizes eficazes, é crucial definir o que é a IA. A UE revisou sua definição várias vezes, e em fevereiro de 2025, publicou uma nova formulação no Artigo 3(1) da Lei da IA:
Sistema de IA é um sistema baseado em máquina projetado para operar com diferentes níveis de autonomia e que pode exibir adaptabilidade após implantação, inferindo, a partir dos dados recebidos, como gerar saídas, como previsões, conteúdo, recomendações ou decisões que podem influenciar ambientes físicos ou virtuais.
Um breve histórico da Lei da IA da UE
A Lei da IA da UE foi proposta pela primeira vez em 2021 e aprovada em agosto de 2024. Aqui está uma linha do tempo com as datas principais:
- Abril de 2021: A Comissão Europeia publica uma proposta para regular a IA na UE.
- Dezembro de 2023: Um acordo provisório é alcançado sobre a Lei da IA.
- Agosto de 2024: A Lei da IA é publicada no Jornal Oficial da União Europeia e entra em vigor.
- Fevereiro de 2025: Proibições sobre sistemas de IA e requisitos de literacia em IA começam a se aplicar.
- Agosto de 2026: O restante da Lei da IA começará a se aplicar.
A abordagem baseada em risco da Lei da IA
A regulamentação deve equilibrar a segurança pública e a promoção da inovação. Portanto, a Lei da IA da UE introduz uma abordagem baseada em risco. Em essência, quanto maior o risco, mais rigorosas são as regras. A legislação categoriza os sistemas de IA em quatro níveis:
- Risco baixo e mínimo: Sistemas que apresentam riscos mínimos aos direitos fundamentais ou à segurança, como filtros de spam e chatbots.
- Risco alto: Sistemas que exigem medidas de conformidade rigorosas, aplicáveis em infraestruturas críticas e serviços essenciais.
- Risco inaceitável: Sistemas considerados ameaças aos direitos fundamentais, que são banidos na UE, como sistemas de pontuação social e identificação biométrica em tempo real.
Regra especial para “modelos” de IA
A IA não se trata apenas de casos de uso, mas também dos modelos de dados que a treinam. A Lei chama esses modelos de modelos de IA de uso geral (GPAIs). Reguladores da UE propõem também uma abordagem baseada em risco para GPAIs, com regras de transparência e restrições mais rigorosas para aqueles com “risco sistêmico”.
Escopo e penalidades da Lei da IA
Qualquer empresa que atue com IA deve seguir as novas regras, que se aplicam a todas as entidades, independentemente de sua localização. As penalidades por não conformidade incluem multas severas:
- Lanchar sistemas de IA proibidos: Multas de até 7% do faturamento anual mundial ou €35 milhões.
- Infrações de IA de risco alto e GPAI: 3% do faturamento anual mundial ou €15 milhões.
- Fornecimento de informações incorretas: 1% do faturamento anual mundial ou €7,5 milhões.
Preparação das empresas para a Lei da IA
A Lei é clara: aplicações de IA inaceitáveis já estão proibidas, e aplicações de IA de alto risco devem estar em conformidade até agosto de 2026. As empresas precisam agir agora:
- Criar uma análise de necessidades: Avaliar como a IA é usada atualmente e quais treinamentos são necessários.
- Fazer um plano de treinamento: As empresas devem ter “competência em IA” para usar sistemas de IA de forma segura.
- Nomear um especialista em IA: Embora não seja obrigatório, ter alguém com conhecimento detalhado em IA pode ser aconselhável.
- Familiarizar-se com os padrões de IA: Conhecer normas técnicas, como a ISO/IEC 42001, pode ajudar a alinhar os sistemas de gestão de IA com os novos requisitos regulatórios.
A Lei da IA da UE pode ser a regulamentação mais significativa e detalhada sobre IA no mundo. Reflete a tentativa da Europa de estimular uma nova indústria importante enquanto protege a segurança pública.