A Lei da IA da UE e seus Impactos para Fabricantes de Máquinas

A Lei de IA da UE para Construtores de Máquinas

A Lei de Inteligência Artificial (IA) da União Europeia (UE) tem como objetivo regular e promover o uso seguro e ético da IA, especialmente para os construtores de máquinas que utilizam essa tecnologia em seus sistemas de controle e automação.

Implementação da Lei de IA

A legislação entrou em vigor em 1º de agosto de 2024, com a maioria das disposições aplicáveis a partir de 2 de agosto de 2026. Contudo, a data mais crítica para os construtores de máquinas é 2 de agosto de 2027, quando os sistemas de IA de alto risco utilizados como componentes de segurança estarão sujeitos à regulamentação.

Conformidade e Avaliação

Antes que um sistema de IA seja colocado no mercado ou utilizado pela primeira vez na UE, é necessário que ele possua o marcador CE. Essa exigência se aplica tanto a sistemas de IA isolados quanto àqueles incorporados em produtos, como máquinas. O fabricante do produto assume a responsabilidade pelo sistema de IA, tornando-se o fornecedor. A Lei de IA diferencia entre fornecedores e implementadores – o construtor de máquinas é considerado o fornecedor e o usuário final, o implementador.

A Lei estabelece procedimentos para a avaliação de conformidade, que pode incluir tanto a auto-certificação quanto a utilização de organismos de avaliação de terceiros (Corpos Notificados). A auto-certificação deve ser suficiente para sistemas de IA utilizados como componentes de segurança.

Padrões Harmonizados

A maneira mais fácil de demonstrar conformidade é aplicar padrões harmonizados à Lei de IA. Embora esses padrões ainda não estejam disponíveis, espera-se que sejam finalizados até o final de abril de 2025. Caso os padrões adequados não estejam disponíveis ou sejam considerados inadequados pela Comissão Europeia, a Lei de IA permite a criação de Atos de Implementação para estabelecer especificações comuns. Cumprir essas especificações comuns fornecerá uma presunção de conformidade, da mesma forma que a adesão a padrões harmonizados.

Obrigações Contínuas

Após a colocação no mercado de um sistema de IA de alto risco, o fornecedor é obrigado a realizar monitoramento pós-mercado durante toda a vida útil do sistema. Incidentes sérios devem ser reportados à autoridade de supervisão de mercado relevante. Além disso, sistemas de IA de alto risco utilizados como componentes de segurança são obrigados a ter registro automático de eventos, facilitando a supervisão pós-mercado.

Punições por Não Conformidade

A Lei de IA estabelece regras sobre penalidades para a não conformidade, incluindo a falha em fornecer informações ou acesso às autoridades quando solicitado. As penalidades podem ser aplicadas a fornecedores, implementadores, importadores, distribuidores e representantes autorizados, e podem resultar em multas de até 15 milhões de euros ou 3% do faturamento anual mundial. Para sistemas de IA proibidos, as multas podem ser significativamente mais altas.

Com a implementação da Lei de IA, espera-se que a inovação e a adoção de tecnologias de IA se tornem mais seguras e confiáveis, promovendo um ambiente onde a tecnologia pode ser utilizada para melhorar processos e aumentar a eficiência nas operações industriais.

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